António Correira de Oliveira Mãe Olha, meu filho! quando, à aragem fria De algum torvo crepúsculo, encontrares Uma árvore velhinha, em modo e em ares De abandono e outonal melancolia, Não passes junto dela nesse dia E nessa hora de bênçãos, sem parares; Não vás, sem longamente a contemplares: Vida cansada, trémula e sombria! Já foi nova e floriu entre esplendores: Talvez em derredor, dos seus amores Inda haja filhos que lhe queiram bem... Ama-a, respeita-a, ampara-a na velhice; Sorri-lhe com bondade e com meiguice: — Lembre-te, ao vê-la, a tua própria Mãe! in 'Antologia Poética'
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